quarta-feira, 21 de julho de 2010

PALMADAS E SURRAS EDUCATIVAS

TEXTO 1






http://blogdodrmarcosobreira.blogspot.com/2010/07/esta-explicado.html



TEXTO 2


O fim das surras pedagógicas

Enviado por luisnassif, qui, 15/07/2010 - 14:30


Urariano Mota
Por Marise

Recife (PE) - O presidente Lula assinou hoje um projeto de lei revolucionário: as palmadas e surras tidas como educativas, aplicadas há séculos pelos pais aos filhos, poderão ser punidas agora com advertências, encaminhamentos a programas de proteção à família e orientação especializada. E não só os país, os amorosos e exemplares pais, coitados. Os professores e cuidadores (dos quais ninguém cuida) também ficam proibidos de beliscar, empurrar ou mesmo bater em menores de idade.

Até então, a Lei 8.069, que instituiu o Estatuto da Criança e do Adolescente, condenava os maus-tratos contra a criança e o adolescente, mas não definia se os maus-tratos seriam físicos ou morais. Com o projeto assinado, o artigo 18 passa a definir "castigo corporal" como "ação de natureza disciplinar ou punitiva com o uso da força física que resulte em dor ou lesão à criança ou adolescente".

Em um país de cotidiana prática de tortura nas delegacias policiais, cometidas sempre contra os delinqüentes de fato ou em potência, a saber, negros e pobres; em um país cuja maior escola, para todo o povo, foi e tem sido a herança da escravidão, que naturalizou a dor contra pessoas como se fossem bestas; em um país que mal saiu de uma ditadura que matou, destruiu e mutilou brasileiros sob o aleijão ideológico de que apagavam terroristas, o projeto assinado pelo presidente é um salto para a civilização.

Pelos comentários que agora correm em toda a web, sabemos bem quem se opõe ao projeto de lei: vêm sempre de indivíduos de extrema-direita ou conservadores de todo gênero. Alguns podem ser tomados como representantes do pensamento de nossa educação pela porrada. Dentre os mais legíveis, excluídos os insultos sórdidos à pessoa do presidente, colho:

“... não aceito interferência do Estado dentro da minha casa, na condução da educação dos meus filhos... Os pais ficam nessa de dialogar e as crianças tomarão conta da casa. Não respeitando mais os pais, não respeitarão nenhum adulto... Não vai ter juiz, desembargador ou presidente, que vai me dizer como educar meus filhos. ...Na minha opinião o ECA veio para estragar ainda mais a ordem em nosso pais, porque amparados por esse estatuto temos centenas de menores com 16, 17 anos praticando crimes e ficando impunes. Na minha opinião a lei mais forte é o direito dos pais de educarem seus filhos”.

Observem que a média de nossos bárbaros ainda nem assimilou o ECA, o Estatuto da Criança e do Adolescente, que para eles é só eca, porcaria, nojo, nada mais. No entanto, creiam, o projeto de Lula segue uma tendência mundial. Ele cumpre uma recomendação do Comitê da Convenção sobre Direitos da Criança das Nações Unidas, para que os países passem a ter legislação própria referente ao tema. A Suécia nos antecipou em 1979. Depois vieram Áustria, Dinamarca, Noruega e Alemanha. Atualmente 25 países têm legislação para proibir essa prática. Na América do Sul, até então, apenas o Uruguai e a Venezuela possuíam lei semelhante. Agora, vem o Brasil. É tempo, há tempo não somos mais o fim do mundo.

O presidente Lula, do alto de sua cultura extraordinária (sinto que explicar isso exigiria um outro artigo), homem educado na vida política e sindical, traz agora para todos os brasileiros os avanços do resto do mundo. Eu, que fui criado sob o lema paterno de “bato num filho como quem bate num homem”, e que sob tão alto princípio recebi as lições educativas de surras de borracha, mangueira de jardim e socos, bem conheço o alcance do projeto assinado pelo presidente. Salve. Assuntos de desrespeito à pessoa, de brutalidade contra jovens, não são assuntos de foro íntimo, da vida privada, a se resolverem entre quatro paredes. Violência educativa não pode nem deve continuar a ser assunto restrito aos pais e doces educadores.

Com esse projeto, parece que chegou a hora de as crianças brasileiras receberem o mesmo afeto e cuidado que as mulheres e senhores classe média dispensam a seus cachorrinhos. Tão fofos, eles, os cachorrinhos.

http://www.diretodaredacao.com/

TEXTO 3



O fim da palmada educativa

Enviado por luisnassif, seg, 19/07/2010 - 21:09

Do Portal de Luís Nassif

Do Blog de Cláudio Andrade

PAIS E FILHOS

O autor do texto, Cláudio Andrade, discute até onde vai o limite do Estado em punir o castigo físico - a "palmada educativa" - sobre crianças. Mais importante que a probição do castigo corporal, é prestar atenção na formação dos futuros pais. Muitos se vêem na prematura condição de pais após uma transa passageira durante a adolescência, exemplifica o autor. "A inexperiência desses pais, o inconformismo com a chegada precoce da fase adulta e os fatores relacionados à saúde pública, como o vício em drogas lícitas e ilícitas, tornam a criação de uma criança, um fardo, dotado de riscos constantes."

O fim da punição física não vai melhorar a educação infantil, defende Andrade. "Fui uma criança levada e sempre apanhei, mesmo assim, o meu amor pelos meus pais nunca diminuiu. As lembranças que possuo de minha infância não são dos tapas de correção, que levei, e sim, dos ensinamentos para não roubar, devolver o que não era meu, beijar a mão de minha avó e pedir, ao contrário de pegar." Segue abaixo o texto:



A mensagem do Presidente Lula acrescenta ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), entre outros, o Artigo 17-A que concede as crianças e adolescentes o direito de serem cuidados e educados pelos pais ou responsáveis sem o uso de castigo corporal ou de tratamento cruel ou degradante. O texto define como tratamento cruel ou degradante qualquer tipo de conduta que humilhe, ameace gravemente ou ridicularize a criança ou adolescente.

Vale ressaltar de início que a relação entre pais e filhos nunca foi fácil, afinal a incumbência de formar um ser humano não é simples. Pais quase perfeitos podem gerar filhos imperfeitos, ao passo que pais problemáticos podem formar infantes psicologicamente sadios.

A formação oriunda do lar continua sendo o alicerce para o enfrentamento do 'mundo cão'. Todavia, cada criança reage de forma particular às ordens de comando. Para uns, basta um olhar e para outros, olhares, gritos e algumas palmadas, muito bem dadas.

O efeito nefasto surge quando a imoderabilidade suplanta à correção. Não existe um pai sequer no mundo, que não tenha perdido a calma com um filho. Notem: perdido a calma e não a cabeça.

Um pai precisa estar preparado para a função a si conferida por Deus. Esse preparo passa pela maturidade, formação ética e moral, estabilidade financeira e uma boa formação religiosa.

Um filho não pede para vir ao mundo, entretanto, se chega, esperado ou não, deve ser correspondido no que tange ao seu direito sagrado de sobreviver, adquirir personalidade, crescer com valores e posicionar-se enquanto ser social, com direitos e obrigações.

Infelizmente, muitos pais não estão preparados para tamanha responsabilidade. Um sexo entre namorados, por exemplo, não possui a intenção de gerar uma prole, mas acontece, todas as horas, nos sofás, nos carros, nas praias e claro, nos motéis.

Diante disso, num 'estalar de dedos', um jovem de dezoito anos cruza a linha imaginária entre a adolescência e a fase adulta. Essa mecânica constrõe, de forma inesperada, um lar com três crianças. Os pais e o bebê.

Quais as chances dessa união familiar dar certo? Mínimas, não acham?

A inexperiência desses pais, o inconformismo com a chegada precoce da fase adulta e os fatores relacionados à saúde pública, como o vício em drogas lícitas e ilícitas, tornam a criação de uma criança, um fardo, dotado de riscos constantes.

Punir, mediante dispositos legais, a correção imoderada, por si só, não muda nada. Não sou a favor do controle estatal na questão da natalidade, mas é responsabilidade do Estado prover, mediante os tributos pagos por nós, as condições ideais para a formação de nossas crianças, não importando quantos existam em um só seio familiar.

Para que um menor não seja fruto do meio, ele não pode ser vítima do lar. Fui uma criança levada e sempre apanhei, mesmo assim, o meu amor pelos meus pais nunca diminuiu. As lembranças que possuo de minha infância não são dos tapas de correção, que levei, e sim, dos ensinamentos para não roubar, devolver o que não era meu, beijar a mão de minha avó e pedir, ao contrário de pegar.

O Estado não deveria acobertar os problemas sociais gritantes de nosso país, repassando para os pais, possíveis sanções no exercício da paternidade. Para os 'mosntros', a lei já prevê a destituição de poder familiar, dentre outras ações de cunho cível e criminal.

Continuarei exercendo o meu poder familiar da mesma forma que recebi. Se hoje sou um ser humano mais digno, dou graças aos meus pais e, porque não, aos necessários corretivos por eles aplicados?



http://blogln.ning.com/forum/topics/pais-e-filhos?commentId=2189391%3AComment%3A361059




TEXTO 4


Mais um projeto de lei

Postado por Alexandra Moreira de Mello em 16 julho 2010 às 1:00



.Foi encaminhado esta semana para o Legislativo, um projeto de lei que proíbe os pais de darem castigos corporais, como palmadas e beliscões. As penas para os infratores serão as mesmas já previstas no ECA: advertência, encaminhamento a programas de proteção à família, orientação psicológica, e até mesmo perda de guarda. Será necessário o testemunho de terceiros que façam a denúncia ao Conselho Tutelar. Segundo uma das articuladoras do movimento que levou a proposta ao governo, o projeto tem como objetivo acabar com a cultura da palmada.
No texto, castigo corporal é definido como "ação de natureza disciplinar ou punitiva com o uso da força física que resulte em dor ou lesão à criança ou adolescente". No dicionário, palmada é "pancada com a palma". Pancada, por sua vez, é "agressão física por meio de socos, tapas, etc". Mas e a "palmada" na palma da mão da criança? O famoso tapinha na mão. E a palmada no bumbum, ou melhor, na fralda? Aquelas, que nem exigiram tanta "força física" assim e nem resultaram em "dor ou lesão". Os antigos costumavam falar que serviam pra tirar pó. Serão também enquadradas nos castigos corporais sujeitos a penas? São o quê afinal? Pancadas? Palmadas? Tapas? Agressões físicas? Castigos? "Tratamento cruel e degradante"?
Não estou de forma alguma defendendo estas ações. Sempre achei que devem ser evitadas de todas as maneiras. Nunca fui uma defensora das palmadas. Ao contrário. Estou apenas tentando entender o alcance da lei e a sua aplicabilidade. Eu acharia mais interessante um projeto de lei que, por exemplo, obrigasse as escolas a tratarem, com profundidade, temas como estes, ao invés de usarem tanto tempo das reuniões com organização de festinhas ou questões puramente burocráticas. A informação pode levar os pais a mudanças de atitude com muito mais eficácia do que a imposição por meio de leis como esta.
Além disso, se o objetivo do projeto é evitar que as crianças sofram violência física e psicológica, muitas outras leis teriam que ser criadas para proteger as crianças dos adultos. Conheço pais que não autorizam o filho a fazer aula de teatro na escola porque teatro é coisa de "bicha". Conheço outros que proíbem o filho de brincar com o vizinho, com o argumento de que não é boa companhia. O Motivo? Pertencer à família de uma religião que "atrai o demônio". Sim. Sou contra a palmada, mas também, contra este tipo de constrangimento e discriminação. Neste caso, a violência atinge não só o filho, mas também outras pessoas.
Precisamos antes discutir o que é privado e o que é público. Quando é que o privado deve passar a ser público e quando é que deve manter-se privado. Caso contrário, já já um projeto de lei vai exigir a instalação de câmeras também dentro das nossas casas. Vamos sim discutir a violência doméstica. Acho até que trazer este tema para o debate é o lado bom de um projeto assim. Mas não vamos tratar o problema como algo que se resolve com a imposição de uma lei. E nem nos esquecer que os pais continuam sendo os maiores protetores de seus filhos. Violência é colocar uma lei como esta no meio deles. Galinha não mata pinto. Com raríssimas exceções.


http://www.luisnassif.com/profiles/blogs/mais-um-projeto-de-lei



TEXTO 5



EDITORIAL - [ 16/07 ]

Palmadas ‘pedagógicas’

Notícia publicada na edição de 16/07/2010 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 3 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.



Crianças problemáticas apanham mais e mais até que se torna evidente a ausência de fronteiras entre o “tapa pedagógico” e o espancamento. O medo e a dor só fazem piorar suas dificuldades


O “tapinha”, o beliscão e outros recursos supostamente “pedagógicos” usados na educação dos filhos foram colocados no centro de um grande debate nacional com a apresentação, na quarta-feira (14), de projeto de lei do governo federal que proíbe os castigos físicos e tratamento cruel ou degradante a crianças e adolescentes.


Se o projeto for aprovado pelo Congresso, o Estatuto da Criança e do Adolescente (lei federal nº 8.069/1990) receberá novos artigos, que o tornarão mais específico na proibição total de castigos corporais (definidos pelo texto como “ação de natureza disciplinar ou punitiva com o uso da força física que resulte em qualquer grau de dor e/ou lesão”) ou de tratamento cruel ou degradante (segundo a proposta, “conduta que, entre outras, diminua, humilhe, ameace gravemente ou ridicularize”).


Os pais, professores e cuidadores em geral que recorrerem a agressões físicas e maus-tratos estarão sujeitos a medidas corretivas, que podem ir de advertência a encaminhamento para tratamento psicológico ou programas de orientação. Nos casos extremos, deverá ser aplicado o artigo 130 do ECA, que permite à autoridade judiciária determinar o afastamento do agressor da moradia comum.


O projeto prevê ainda a realização de campanhas educativas, inclusão de conteúdos relativos aos direitos humanos e prevenção à violência nos currículos escolares e incentivo às práticas de resolução pacífica de conflitos, entre outras diretrizes que deverão ser perseguidas pelos governos da União, Estados e Municípios juntamente com entidades não-governamentais.


Apesar da evidente boa intenção, o projeto vem sendo criticado como uma ingerência excessiva do Estado na vida familiar. Não falta quem identifique, na vedação às punições físicas, um risco à formação das crianças, que se sentiriam impunes e cresceriam pensando que “podem tudo”. Algumas reações podem ser conferidas no portal www.cruzeirodosul.inf.br, sob a reportagem “Governo quer proibir pais de dar palmada em criança” (13/7). “É por isso que os meninos de hoje não respeitam ninguém”, diz um leitor. “É bom que o governo providencie muitas celas nos presídios brasileiros, porque se a criança não puder ser punida pelos seus pais, quem vai fazer isso é o Estado”, sentencia outra leitora.


A levar-se em conta esse tipo de argumento, é arraigada nos brasileiros a crença de que a educação só pode ser eficaz quando movida a palmadas. Homens e mulheres honestos que levaram tapas dos pais tendem a acreditar que são o que são porque foram educados dessa maneira. Na verdade, eles se tornaram bons adultos porque foram amados, porque tiveram bons exemplos, porque receberam atenção, porque alguém lhes ensinou o que era certo e o que era errado desde muito cedo. Muito provavelmente, seus pais teriam obtido os mesmos resultados usando de alguma forma não-violenta de castigo, como tirar os brinquedos da criança por algum tempo, por exemplo.


Por outro lado, é importante lembrar que crianças que apanham - mas que não recebem, concomitantemente, carinho e atenção dos pais - têm uma tendência maior a apresentar problemas, por vezes gravíssimos, na juventude e vida adulta. Crianças problemáticas apanham mais e mais até que se torna evidente a ausência de fronteiras entre o “tapa pedagógico” e o espancamento. O medo e a dor só fazem piorar suas dificuldades. Logo, o problema não é a falta de palmadas, mas sim de amor.


Compreender esses fatos implica uma mudança cultural profunda, que não se consegue apenas com a lei - mas que deve ser perseguida sempre e, de preferência, com amparo legal. Ainda que não tivesse outro mérito, só pelo fato de levantar essa discussão no seio da sociedade, o projeto de lei já teria valido.

Esta matéria foi acessada 362 vez(es).



http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia.phl?editoria=49&id=323664



TEXTO 6


15/07/2010 às 22:52 | ATUALIZADA EM: 15/07/2010 às 23:23

Lei que proíbe pancadas divide opiniões

Hieros Vasconcelos l A TARDE

Fernando Vivas/Agência A TARDE

Edmundo Krogger, conselheiro dos direitos da infância: "Não acreditamos que dor possa ser educativa"“Em filho meu, quem bate sou eu”. As ‘palmadinhas’ que os pais costumam dar nos filhos acreditando que vão educá-los estão prestes a se tornar ilegais. Está em tramitação projeto de lei no Congresso Nacional proibindo castigos físicos às crianças e adolescentes. “Não acreditamos que a dor possa ser educativa. O carinho, sim, mas nunca a pancada, por mais leve que ela seja”, afirma o integrante do Conselho Estadual dos Direitos das Crianças e Adolescentes (Ceca), Edmundo Kroger. No mundo, 26 países já adotaram a medida, entre eles, Uruguai, Venezuela, Peru e Costa Rica.

O projeto foi elaborado por instituições e pessoas físicas que formam a Rede Não Bata, Eduque. Na quarta-feira, 15, foi enviado ao Legislativo pelo governo federal, com assinaturas favoráveis de três ministros. O castigo corporal, para eles, é visto como uma “ação de natureza disciplinar ou punitiva com o uso da força física que resulte em dor ou lesão à criança ou adolescente”.

Edmundo afirma que o castigo ocorre porque os pais desconhecem as consequências dele. “Não sabem que é ruim, prejudicial, que deixa marcas e traumatiza. O mais importante não é a lei, mas a abertura da discussão”, diz.

Proposta - Segundo a integrante do Projeto Proteger Eleonora Ramos, a ideia não é prender os pais das crianças que utilizam o castigo físico como forma de educação, e sim penalizá-los com advertências e encaminhamento a programas de proteção à família e orientação psicológica.

Conforme Eleonora, é preciso mais proteção para garantir uma boa convivência familiar e um ambiente saudável. “É uma prática antiga que não reconhece a criança como cidadão. É como se ele fosse meio cidadão, mas ele tem, assim como os adultos, o direito de ter sua integridade física preservada. Bater em adulto também não é ilegal?”, argumenta.

Polêmica - A proibição causou polêmica entre pais. “Em filho pequeno, não adianta só falar, porque não entende. Tem que dar uma palmadinha na mão para ele saber que não pode pegar na tomada, por exemplo”, afirma a vendedora Diejane Nascimento de Santana, mãe de duas crianças. O aposentado Valter Ramos dos Santos, 68 anos, diz que as palmadas não são nada demais para educar os filhos.


http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf?id=4740960



TEXTO 7


Palmadas - Efeitos do Castigo Físico



Nos meninos e nas meninas:

• Diminui a auto-estima, gerando a sensação de que eles valem menos;
• Ensina a serem vítimas. Algumas pessoas acreditam que o sofrimento torna as pessoas mais fortes, que as prepara para a vida. Nos dias de hoje, sabemos que não só não faz as pessoas mais fortes, como também as converte em pessoas com dificuldades de sentirem-se capazes de resolver seus próprios problemas;
• Interfere no processo de aprendizagem e no desenvolvimento de sua inteligência, de seus sentidos e de suas emoções;
• Gera sentimentos de solidão, tristeza e abandono;
• Faz com que eles observem a sociedade de uma forma negativa e as pessoas como seres ameaçadores, causando dificuldade de integração social;
• Cria um muro que impede a comunicação entre os pais e filhos e prejudica os vínculos emocionais que existem entre eles;
• Cultiva sentimentos de raiva e desejo de fugir de casa;
• Ensina que a violência é um modo adequado para resolver os problemas;
• Dificulta a cooperação com as figuras de autoridade;
• Deixa a criança mais exposta a vários acidentes;
• Em relação aos meninos, como são mais castigados fisicamente do que as meninas para se tornarem “homens” faz com que eles sejam mais agressivos e os deixa mais vulneráveis a utilizar drogas (incluindo o álcool) no futuro;
• Em relação às meninas, a tendência é internalizar sua dor que vai acabar se manifestando emocionalmente por meio de depressão, insegurança, culpa e submissão.


Nos pais e mães:

• Produz ansiedade e culpa, inclusive nos pais que consideram esse tipo de castigo correto;
• O uso do castigo físico aumenta a probabilidade dos pais mostrarem comportamentos violentos em outras situações com maior freqüência e intensidade;
• Impede sua comunicação com os filhos e dificulta as relações familiares no presente e no futuro.


Na sociedade:

• A relação entre ter sido vítima de violência física na infância ou ter testemunhado este tipo de violência em sua família, faz com que exista a tendência de que seja reproduzida na fase adulta;
• Incentiva as novas gerações a usarem a violência como forma de resolver um conflito;
• Faz com que se acredite que existem dois grupos de cidadãos: as crianças e os adultos. Os adultos mandam e podem agredir; as crianças obedecem e apanham;
• Promove modelos familiares onde existem os que agridem e os que são agredidos. Nesses casos, os envolvidos têm dificuldade de entender a importância de uma relação de igualdade entre as pessoas, um dos pontos fundamentais da sociedade democrática;
• Dificulta a proteção à infância. Ao tolerar essa prática, a sociedade não se legitima como um espaço protetor para meninos e meninas;
• Torna os cidadãos submissos porque, em seus primeiros anos de vida, aprenderam que ser vítima é uma condição natural dos indivíduos que fazem parte daquela sociedade.


Fontes:
Educa, no Pegues. Campaña para la sensibilizació n contra el castigo físico en la familia. Madrid: Save the Children, Comité Español de UNICEF, CEAPA y CONCAPA, 2002;
Pesquisa Homens, violência de gênero e saúde sexual e reprodutiva: um estudo sobre homens no Rio de Janeiro/Brasil. Instituto PROMUNDO e Instituto NOOS, 2003.


http://psicologiaeadocao.blogspot.com/2010/06/palmadas-efeitos-do-castigo-fisico.html

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