terça-feira, 21 de maio de 2013

COLETÂNEA - Embargos a Cuba e Yoani Sánchez


Cuba: o embargo injustificado (texto adaptado de: “Cuba, o embargo injustificado, o papel do brasil e dos eua” )
por DAVIS SENA FILHO - 19 DE FEVEREIRO DE 2013 ÀS 09:47
O bloqueio econômico, financeiro e comercial a Cuba, imposto pelos Estados Unidos em 1962, no governo do democrata John F. Kennedy, é um dos bloqueios mais longos que se tem notícia no mundo contemporâneo, além de ser considerado cruel pelos organismos internacionais, a exemplo da Assembleia Geral da ONU, que aprovou, em 13 de novembro de 2012, a 21ª resolução de condenação ao embargo econômico a Cuba. Apenas os Estados Unidos, Israel e Palau ficaram a favor do embargo. No dia 7 de fevereiro deste ano, o bloqueio completou 51 anos, ou seja, mais de meio século, e foi transformado em lei em 1992 e 1995. O ex-presidente dos EUA, Bill Clinton, também democrata, ampliou o embargo comercial ao pequeno país caribenho em 1999, o que acarretou a proibição de filiais estrangeiras de empresas do país yankee de comercializar com Cuba valores que ultrapassem a US$ 700 milhões, o que é um absurdo e uma gota no oceano em termos de comércio exterior.
A Assembleia das Nações Unidas rejeita, reiteradamente, a política isolacionista promovida pelo governo estadunidense e o seu Departamento de Estado contra Cuba. Tal Departamento, cuja doutrina de política externa é o porrete, transformou-se em alvo de críticas internas contundentes por parte de entidades estadunidenses, contrárias ao bloqueio, ao argumentarem que não existem normas no direito internacional que justifiquem um embargo tão radical em tempo de paz, de globalização, além do fim da Guerra Fria, que ocorreu, simbolicamente, com a queda do Muro de Berlim, em 1989.
Cuba enfrenta mais de cinco décadas de guerra econômica. Para se ter uma ideia do que é isto, ao longo de 51 anos a ilha cubana teve prejuízos que chegam a mais de US$ 1 trilhão, valor este elevado para um país tão pequeno. É algo incompreensível, com o fim da Guerra Fria, os Estados Unidos ainda não mudarem sua política externa para com cubanos. E sabem por que essa realidade acontece? Respondo: Cuba atual não é importante economicamente, mas o é politicamente e ideologicamente, com forte conotação simbólica, que remonta a guerrilha de Fidel Castro e Che Guevara, ícones internacionais e que até hoje povoam o imaginário de diversas gerações — as mais jovens e as mais antigas. Combater e sufocar Cuba é essencial para os grandes capitalistas e seus governos, porque acreditam que dessa forma "matam" o sonho do socialismo (…).

(Fonte: http://www.brasil247.com/pt/247/poder/93967/)


Cuba denuncia bloqueio e terrorismo estadunidenses

24 DE ABRIL DE 2013 - 5H57

 

A embaixadora de Cuba em Genebra, Anayansi Rodríguez, denunciou nesta terça-feira (23) o bloqueio imposto pelos Estados Unidos faz mais de 50 anos contra seu país e as ações terroristas promovidas e financiadas por Washington ou organizadas desde seu território.


O bloqueio é um ato de genocídio, de acordo com a Convenção de Genebra de 1948, assinalou Rodríguez em um encontro com a imprensa, acadêmicos, pessoal diplomático e amigos da Revolução, por ocasião da próxima participação de Cuba no Exame Periódico Universal (EPU).
O EPU é um mecanismo de revisão periódica das obrigações e compromissos em matéria de direitos humanos.
Esse cerco econômico, comercial e financeiro causa consequências concretas em todos os âmbitos, por isso dizemos que constitui a principal violação de todos os direitos humanos do povo cubano, expressou a embaixadora em resposta a uma pergunta da Prensa Latina.
De acordo com o informe que Cuba a apresentará diante do EPU, até dezembro de 2011 esta guerra econômica ocasionou danos econômicos de mais de um bilhão de dólares, considerando a depreciação dessa moeda frente ao valor do ouro no mercado internacional.
A embaixadora cubana em Genebra denunciou também as ações terroristas promovidas pelos Estados Unidos ou que são organizadas a partir de seu território. Esses atos causaram milhares de vítimas, ocasionaram dor nas famílias cubanas e enormes danos também no âmbito econômico, expressou.
Um dos casos que a embaixadora recordou foi o da bomba detonada em pleno voo de um avião da companhia aérea Cubana de Aviação em 1976 onde perderam a vida 73 passageiros, entre eles a equipe de esgrima de seu país.
Como resultado de 681 ações terroristas e uma invasão mercenária, todas provadas e documentadas, ocorreu a perda irreparável das vidas de 3.478 mulheres, homens e crianças, enquanto outros 2.099 ficaram fisicamente incapacitados.
No encontro, efetuado na sede diplomática cubana depois de uma videoconferência realizada de maneira conjunta com Havana, Umberto Mazzei, que dirige em Genebra o Instituto de Relações Econômicas, condenou a política seguida pelos Estados Unidos contra Cuba.
O bloqueio busca impedir que o país caribenho se desenvolva e possa ter êxito, disse Mazzei, e recordou que esse cerco foi condenado em reiteradas ocasiões pela quase totalidade dos países da ONU.
Prensa Latina     
                            (Fonte: http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=7&id_noticia=211832)



EUA criticam agressão à Yoani Sanchez

• terça, 10 de novembro de 2009

HAVANA - O Departamento de Estado dos EUA divulgou ontem um comunicado censurando ataques a três blogueiros cubanos, incluindo Yoani Sanchez, que ganhou notoriedade internacional por suas críticas à vida na ilha.
"O governo americano deplora a agressão aos blogueiros Yoani Sanchez, Orlando Luis Pardo e Claudia Cadelo", afirma o documento.
Sanchez disse na semana passada que dois agentes federais de Cuba vestidos à paisana abordaram a ela e a Pardo no bairro de Vedado, em Havana, enquanto eles participavam de uma marcha contra a violência.
Ela também afirmou que foi obrigada a entrar em um carro, assim como ocorreu com Pardo, onde os agentes lhe agrediram. Logo depois ambos foram libertados perto de suas respectivas casas.
O governo cubano não comentou os fatos. Não há como provar que autoridades de segurança do Estado estavam envolvidas, mas é comum a perseguição à opositores do governo.
No começo do ano, a revista Time nomeou Sanchez uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. Em outubro, o governo de Cuba negou permissão para que ela viajasse a Nova York para receber um prêmio de jornalismo.



A tecnologia pode mudar Cuba, diz Yoani

Washington - A blogueira cubana Yoani Sánchez disse nesta terça-feira que a tecnologia não é o bastante para mudar Cuba, mas ajudará no processo até que se tenha uma "sociedade livre".

"A tecnologia, as redes sociais, desgastam o controle que o Estado tem sobre a informação em Cuba", afirmou Yoani, de 37 anos, que se reuniu com legisladores dos Estados Unidos e depois falou no Instituto Cato, em Washington.
Dez anos depois da detenção de 75 jornalistas independentes, o governo de Raúl Castro usa "métodos repressivos diferentes, desde as detenções arbitrárias e não documentadas à paramilitarização da repressão".
Yoani, que realiza uma viagem por países da Europa e da América após ter conseguido seu primeiro passaporte em cinco anos, se reuniu com a democrata Debie Wasserman Schultz, o senador republicano Gill Nelson e os representantes republicanos Joe García, Ileana Ros-Lehtinen e Mario Díaz Balart, da Flórida.
A cubana explicou que se opõe à continuação do embargo que os EUA mantêm contra Cuba desde 1960, "porque não impediu a repressão e, por outro lado, serviu para o regime como desculpa para tudo, desde a falta de comida na mesa cubana à falta de liberdade nos espaços públicos".
A suspensão do embargo, ao qual se opõem outros dissidentes cubanos, poderia fortalecer o governo de Cuba ao trazer prosperidade econômica, reconheceu Yoani.
"Mas o que eu conheço e é real para mim é que o embargo não impediu a repressão", acrescentou. O dissidente cubano Orlando Luis Pardo, que acompanhou Yoani no Instituto Cato, se referiu ao perigo de "uma falsa mudança" que ocorreria se a abertura ao capital estrangeiro em Cuba controlar "as hierarquias do regime, eclesiásticas, empresariais e do exílio cubano".
"Ao contrário do regime, que é monolítico e apresenta um só ponto de vista, a oposição é democrática, inclui diferentes opiniões sobre como avançaremos rumo à democracia e sobre o que fazer com o embargo", apontou Yoani.
"Não estou aqui como política ou como jornalista, mas como cidadã de um país onde sê-lo é uma ideia, não uma realidade ainda", continuou.
Yoani lembrou que há justamente uma década o governo de Cuba deteve, acusou e processou 75 dissidentes e jornalistas independentes, e afirmou que aquela ação "começou a ter um custo político internacional para o governo".
"Se agora o governo voltasse a capturar a um grupo de dissidentes, a resposta da comunidade internacional seria imediata", acrescentou a blogueira, que opinou que esta sua primeira viagem aos Estados Unidos lhe deu uma exposição internacional "que talvez funcione como proteção por algumas semanas, meses ou anos".
"Enquanto durar, minha intenção é tirar todo o proveito possível", assinalou.
Yoani pediu a intensificação dos vínculos pessoais com cubanos na ilha e assinalou que quem viajar ao país "deve afastar-se dos hotéis, das excursões bem organizadas pelo governo, para falar com as pessoas comuns, para levar um jornal, uma revista, informação".
"É muito importante a contribuição da capacitação tecnológica, dispor de um ´hard drive´, um computador que esteja fora do controle monopólico do governo. Se circulasse mais informação, o tempo do modelo cubano atual estaria contado", concluiu.

 

Em Cuba, internet segue lenta, apesar de cabo venezuelano

Sarah Rainsford

Da BBC em Havana
Atualizado em 26 de maio, 2012 - 19:21 (Brasília) 22:21 GMT
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                           
Apenas uma pequena parte da população tem permissão para acessar a rede em casa, como cientistas ou trabalhadores de empresas estrangeiras.
Mesmo para eles, a conexão é insuportavelmente lenta, através de telefone, e cara. Há hotéis com acesso à internet via WiFi, mas seu custo é de US$ 8 por hora, equivalente à metade do que ganha por mês um trabalhador estatal.
Mas nesta semana o ministro venezuelano de Ciência, Jorge Arreaza, disse a jornalistas estrangeiros que o esperado cabo submarino de fibra ótica que levará internet de alta velocidade a Cuba já está em operação.
"Dependerá do governo de Cuba para que o utiliza, não? Obviamente este é um assunto soberano deles, mas sabemos que o cabo submarino está em plena operação", disse Arreaza em entrevista coletiva.
As autoridades cubanas ainda não comentaram o assunto. Esta é a primeira informação oficial que se tem sobre o cabo em mais de um ano.

Expectativa

Em uma cerimônia no ano passado, foi anunciada a chegada da alta velocidade graças ao cabo de fibra ótica venezuelano, o que gerou grande expectativa.
O governo sempre culpou o embargo dos Estados Unidos pela má qualidade da internet cubana: sem um cabo que uma a ilha ao continente, o país precisa se conectar através de satélite, a um custo considerável.
As autoridades consideraram o cabo uma vitória contra o embargo americano. Enquanto isso, para os cubanos, o fim da falta de conexão à internet parecia iminente.
Mas o que se seguiu à cerimônia foi o silêncio. Surgiram rumores sobre complicações técnicas, e outros sobre o medo do governo de perder o controle da informação.
Logo se falou que os encarregados do projeto haviam sido presos por malversação de fundos.
Mas nesta semana, em Havana, o presidente do Supremo Tribunal cubano, Rubén Remigio, negou que alguém estivesse sendo julgado por essas acusações em qualquer corte cubana, apesar de ter agregado que isso não significava que não houvesse alguma investigação em curso.
Também disse, em entrevista à BBC, que não havia notado nenhuma melhora na conexão à internet que tem em seu gabinete.
"Creio que estão fazendo ajustes técnicos", disse Remigio. "Não sei. Mas estamos ainda esperando."
Enquanto isso, ao escrever esta reportagem para a BBC, a minha lenta conexão à internet caiu. Lá fora está chovendo, a interferência dos elementos é um sinal claro de que eu, ao menos, sigo conectada à internet através de satélite.





Cuba desbloqueia acesso a blogs dissidentes

SÃO PAULO - O Governo de Cuba decidiu desbloquear o acesso a alguns blogs considerados dissidentes pelo regime.
Entre eles está o da filósofa Yoani Sánchez, que pela primeira vez em quase três anos, poderá novamente publicar seus textos na web. De acordo com o jornal El País, Yoani comemorou a decisão, apesar de lamentar todo o período de censura. Ela foi informada do desbloqueio por um amigo, que tentou e conseguiu acessar a URL de seu site.
O primeiro portal de jornalismo cidadão cubano, o Desde Cuba, foi criado em fevereiro de 2006, e contava com a participação de diversos pensadores, escritores e jornalistas locais. Porém, após ganhar relevância internacional, o site foi censurado pelo governo cubano. Para substituí-lo, os oposicionistas criaram o Vozes Cubanas, em janeiro de 2009, que foi censurado em agosto do mesmo ano.
Em Cuba, a internet está disponível quase que apenas para funcionários do Governo, em universidades e empresários estrangeiros. Turistas podem acessar a rede em hotéis, mesmo lugar usado pelos oposicionistas para se conectarem.
Na terça-feira, o vice-ministro de Comunicações do país, Jorge Luis Perdomo, declarou que não vê "nenhum obstáculo político" para abrir o acesso da população à internet.
Também nesta semana, um cabo venezuelano de fibra óptica chegou ao país, acelerando em 3 000 vezes a baixa velocidade de conexão da ilha e burlando as restrições de conectividade impostas pelos Estados Unidos. O cabo foi estendido a partir da costa sul-americana, passando sob o mar do Caribe.



Cuba cria regulamento para organizar uso da rede

Por Agência EFE

• Quinta-feira, 11 de abril de 2013 - 17h00


Havana - O Ministério de Comunicações de Cuba aprovou um regulamento para os nomes de domínio usados na internet, com o objetivo de "organizar" a gestão do país na rede.
O regulamento, publicado nesta quinta-feira no site da "Gazeta Oficial", estabelece um sistema de "ordenamento" e planos para a "atribuição e registro dos nomes de domínio" de todos os órgãos estatais e da Administração Central do Estado.
O processo será supervisionado pela Agência de Controle e Supervisão do Ministério e seu objetivo é que o sistema de nomes de domínio de Cuba constitua um serviço "distribuído, hierárquico e escalável com controle descentralizado".
O documento explica que Cuba "foi criando condições necessárias para adequar, coordenar e regular as políticas que regem a internet" e o correto funcionamento das redes "é importante para o desenvolvimento econômico e social do país".
Em janeiro, o Governo cubano anunciou que o cabo submarino de fibra óptica que chegou à ilha em 2011 para melhorar sua conexão à internet está em operação desde 2012 e eram realizadas "prova de tráficos" na rede
Nessa mesma informação, o Governo disse que a operabilidade do cabo não representaria um crescimento automático de "possibilidades de acesso" à internet no país.
Cuba culpa o bloqueio dos Estados Unidos à ilha desde 1962 pelos problemas de sua conexão à internet, porque essa política obriga o país a entrar na rede mediante a um link por satélite que faz a conexão ficar lenta e cara.
O projeto do cabo submarino, em conjunto com a Venezuela, foi desenvolvido como uma alternativa para essa situação e prevê que possa multiplicar por 3 mil a capacidade de conexão à internet de Cuba.
O Governo cubano insistiu em sua "vontade política" de estender o acesso "social" à internet, principalmente em escolas e instituições estatais.



Sugestõe:
- Entrevista da Yoni Sanches ao programa “Roda Viva” da TV Cultura:
Bloco 1: 
Bloco 2: 

Bloco 3:   
Bloco 4: 


- Entrevista de Fidel Castro ao programa “Roda Viva” da TV Cultura:


- Livro: “Ao sul do rio Grande: imaginando a América Latina em seleções: oeste, wilderness e fronteira (1942-1970). Autora: Mary Anne Junqueira.

- Livro: “ Nossos agentes em Havana: como os cubanos ridicularizaram a CIA”. Autor: Jean-Marc Pillas.

- Filme: “Buena Vista Social Club”.

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