segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Abordagem de temas

O tema reorienta a linguagem. Observe, por exemplo, dois temas diferentes: um enterro e uma festa. Você usaria a mesma linguagem? É claro que não, porque as circunstâncias de ação apontam as palavras. O tema, portanto, implica um tratamento de estilo e vocábulos.
Evidente que, para focalizar o tema, é preciso saber interpretá-lo. O texto que não aborda o tema proposto é nulo de valor e desperta em quem lê a sensação de que foi ludibriado ou a convicção de que o sujeito produtor tem medo ou ignora o assunto focalizado.
Ë claro, porém, que o enfoque a ser dado ao tema dependerá do tipo de texto que você vai elaborar. Se se trata de um texto literário, você lhe dará uma interpretação baseada em sua própria experiência pessoal, segundo sua própria maneira de ver.
Se, contudo, você compõe um texto não-literário, deverá dar uma interpretação objetiva, limitando-se a fatos já comprovados, as verdades já objetivamente constatadas. Mas a abordagem objetiva de um tema, não implica uma acei­tação passiva das idéias lançadas no tema. Abordar o tema com objetividade é sinônimo de você revelar que compreendeu o tema proposto e, por isso, vai de­senvolver um raciocínio lógico que expresse as suas idéias sobre ele. Sua redação deve revelar o que você pensa sobre o tema.
E, ainda que o tema exija reflexões sérias e ponderadas e seja desenvol­vido num tom solene e grave, isso não impede o autor de personalizar o texto com a sua originalidade, o que explica muitas vezes o caráter altamente inte­ressante de livros estritamente técnicos.
Posto isso, tente analisar os temas a seguir, os quais vêm sendo solicitados, ao longo dos anos, nos mais diversos vestibulares:


(UFSCAR) Globalização: a influência do Ocidente no padrão de beleza mundial – causas e conseqüências.
(UNIFESP) Os cuidados com a infância de hoje para um mundo melhor no futuro.
(UEL) O avanço da ciência e as implicações das novas descobertas não só para a comunidade científica, mas para a sociedade como um todo.
(VUNESP) Viver é muito perigoso...
(VUNESP) Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
(FEI) O desenvolvimento tecnológico num país em crise.
(FA-PIRASSUNUNGA) A integração do deficiente físico na sociedade.
(E.E.MAUÁ-SP) Não coma gato por lebre.
(UEM) O sucesso da minha vida será o resultado do meu esforço.
(FMTN) A adolescência é ao mesmo tempo um fim e um começo.
(UEL) A verdadeira liderança está no saber repartir responsabilidades.
(UEPI) A certeza de hoje nasce da lembrança de ontem.
(SANTA CASA-SP) Ao direito de falar corresponde necessariamente o dever de escutar.
(FEI-SP) Cachorro que late não morde.
(FATEC) A terra é azul.
(GV) Flores mortas no chão.
(SANTA CASA-SP) Não existe ninguém tão ignorante que não nos possa ensinar algo.
(FGV) E cada instante é diferente, e cada homem é diferente, e somos todos iguais.
(FATEC-SP) "Matamos o tempo; o tempo nos enterra." (Machado de Assis - Me­mórias Póstumas de Brás Cubas)
(UFMT) Ninguém dialoga sozinho, mas muitas vezes obrigam-nos a suportar o monólogo alheio.
(PUC-SP) Um ser humano...
(PUC-SP) As conquistas e as perdas das mulheres devido à sua emancipação.
(UFSCAR) O papel das manifestações estudantis no processo de democratização social.

Profª Márcia Garcia
Mestre em Letras e Especialista em Literatura e Ensino de Literatura pela UNESP. Professora de Gramática, Literatura e Redação no CENAPHE (Centro de Aperfeiçoamento Humano Educacional Profª Márcia Garcia).
e-mail: marciaagarcia@yahoo.com.br

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