sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

UNIFESP 2009







PARABÉNSSSSSSS

OI!!!! O NOME DELES ESTÁ NA LISTA!!!!!!!!!.


LISTA PARCIAL DOS APROVADOS EM 2009 (I)

UNIFESP
Aline Cristina Peluccio Martins – Medicina (lista de espera – vai chamada!!!!!!)
Renato Pierucci de Freitas – Medicina (lista de espera – vai ser chamado!!!!) – 95 (100) em Redação
Fernanda Tojeiro – Engenharia Química

FAMEMA
Priscila Peres Traskini – Medicina (lista de espera – vai ser chamada!!!!!)
Mariana Sayuri Zaha – Enfermagem – 2º lugar
Juliana Barretto Almendro – Enfermagem (lista de espera - vai ser chamada!!!!!!!)

UNESP
Laila Marie Francisco - Engenharia Biotecnológica
João Fiore Parreira Lovo– Engenharia Mecânica
Letícia Yassumoto – Medicina (lista de espera – vai ser chamada!!!)
Felipe Alvarenga Tavelin - Administração
José Eduardo Chicarelli Martin - AgronomiaVictor Zapparoli Padovani – Zootecnia
Beatriz – Medicina Veterinária
Bruno Almeida Maximino - Engenharia Civil (lista de espera - vai ser chamado)

UFPR
Geissi Mariane Ferreira - Nutrição
Anili Serapilha Mancuzo – PsicologiaLaila Mariê Francisco – Engenharia de Bioprocessos e Tecnologia
Rafaella Ramos Ratti – Direito
João Victor Rodrigues da Silva – Ciências Econômicas
Victor Antonio Fernandes Codognia – Agronomia (lista de espera – vai ser chamado!!!)
Marcelo Pastana – Agronomia (lista de espera – vai ser chamado!!!!)

UEL
Renato Pierucci de Freitas – Medicina
José Maria Balbo - Medicina
Ana Carolina Colgnaghi Montenegro – Agronomia
Agnes Silva de Araújo – Geografia
Julia Saraiva Avelino Silveira – Medicina Veterinária
Caroline Salante Plastina – Arquitetura e Urbanismo
Juliana Barretto Almendro – Enfermagem (lista de espera – vai ser chamada!!!!!!)

UEM
Agnes Silva de Araújo - Geografia – 1º lugar
Karina Caetano Prado – Engenharia Química
Tainah L. de Q. C. Bezerra - Engenharia de Produção – 6º lugar
Gabriela Fernandes Ribas – Engenharia de Alimentos

IBEMEC
Henrique Leal Teixeira – Economia (lista de espera – vai ser chamado!!!!!)

FGV
Henrique Leal Teixeira – Economia (lista de espera – vai ser chamado!!!!!)

UFSC
Bruno Almeida Maximino – Engenharia Civil
Lara Conti Ansanelli - Oceanografia

UENP
Ana Carolina Colgnaghi Montenegro – Agronomia
Fernando Peretti Guimarães - Medicina Veterinária – 6º lugar
Renan Moreira Candeloro – Direito – 6º lugar

ESPM
Tayla Salum - Comunicação Social

UNIFAL (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS)
Rafael Pontes Sardi – Química (lista de espera - vai ser chamado!!!)
Laila Marie Francisco – Biotecnologia

UFLA
Débora de Oliveira Spila - Medicina Veterinária

MACKENZIE
Thais Lopes – Direito
Rafaella Ramos Ratti – Direito (lista de espera – vai ser chamada!!!!!!)

UNIVEM
Julia Rodrigues Sanches – Direito
Luiza Rodrigues Sanches – Engenharia de Produção
Tamires Fidêncio Frasson – Direito


UFABC
Daniel Medeiros Battistetti – Ciência e Tecnologia

UNICENTRO
Caroline Salante Plastina – Publicidade e Propaganda

CEFET
Rafael Pontes Sardi – Engenharia de controle e manutenção

UNIVERSIDADE POSITIVO
Anili Serapilha Mancuzo – Psicologia

SÃO TOLEDO
Maria Carolina Soares Santos Stefano – Direito

FACAMP
Priscila Abdalla Brandt – Relações Internacionais
Alisson Seije Michelc – DireitoThais Lopes - Direito

UNOESTE
Fernanda Rossi – Medicina

UNIMAR
Ricardo Haddad Auada de Oliveira - Medicina
Mary Elizabeth Sampaio de Oliveira – Psicologia – 1º lugar
Flávio Carmanhani Okagawa – Odontologia
Mariana Prevelato de Almeida Dátilo – Medicina

PUC
Anili Serapilha Mancuzo – Psicologia
Deborah Guedes Toledo Florêncio – Direito
Amanda Quintan Duarte Ferreira – Direito (PUC CAMPINAS e PUC PR)
Amanda Quintan Duarte Ferreira – Administração
Marcelo Cordeiro do Nascimento – Medicina – (lista de espera – PUC Campinas – vai ser chamado!!!!!)
Victor Zapparoli Padovani - Engenharia Civil

E AINDA haverá MAIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS!!

MEU ENDERÇO NO ORKUT E NO E-MAIL

http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=3091302384279687843


MARCIAAGARCIA@YAHOO.COM.BR

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Aprovados 2009 - Escrever aqui é 10!







Um olhar cosmopolita voltado para Marília, ou, ficticiamente, para Hacrêra




José Geraldo Vieira, médico radiologista (abandonou a medicina na década de 40 para se dedicar exclusivamente à literatura), trabalhou simultaneamente por dezoito anos na Beneficência Portuguesa e na Associação dos Empregados do Comércio do Rio de Janeiro e por quatro anos na Casa de Saúde São Luís, em Marília, para onde se mudou em 1940 por motivos explícitos no romance A ladeira da memória (1950), o qual, embora não seja um romance autobiográfico, contém muito da vida de Geraldo Vieira, considerado pela crítica um autor cosmopolita.

Nas belas páginas desse romance, nossa cidade, denominada ficticiamente de Hacrêra, figura como um dos cenários como se observa nos fragmentos a seguir.


“Assim me hospedei no Hotel São Bento donde, duas horas depois, um pouco recolhido para dentro da janela do quarto, vi uma multidão vagarosa sair do cinema quase fronteiriço.” (VIEIRA, José Geraldo. A ladeira da memória. São Paulo, Saraiva, 1950. p. 184)

“À hora do almoço, na cidade, lhe surpreerdi a feição progressista, os cafés sussurantes, as esquinas atopetadas, os bancos em efervescência. Um passeio carro, pelo centro e arredores, me deu uma noção esquemática do movimento em época de safra. Os caminhões estavam superlotados; as plataformas das usinas, das máquinas de algodão e dos armazéns gerais se achavam congestionadas de mercadoria, e as balanças imperialistas pesavam o suor da gleba.” (idem. 186)

“Mas o povo, Hacrêra, essa Alta Paulista onde estou confinado, passa a me querer bem, a se interessar por mim, a confiar no meu trabalho e na minha presença, a tirar-me da solidão clandestina, a incorporar-me ao seu conjunto. Verdade é que me custou vir a ser parte, fibra ou nervo daquele conglomerado orgânico de minúsculos, tendões, bielas, eixos, diferenciais,
transmissões e alavancas que a faziam, embora sendo a cidade mais no­va do Estado, campeã nos índices de arrecadação, desen­volvimento e produção. (...)” (idem. p.191)

“Hacrêra... Nome suave, mas que se tornou rombo como fama de matriarcado militarista. A sua avenida principal, já quase toda calçada, desde o edifício do Ginásio até diante do Rádio-Clube e do cinema, formava fachada de corpo com hipertiroidismo. No bairro São Miguel e na ourela da estrada de ferro — contrafação imediatista de São Caetano e da Mooca — se erguiam entrepostostos, cooperativas, serrarias, galpões, fábricas, com toneladas de produtos e de matérias primas. Nesse reduto de cimento armado e de metal, com plataformas, chaminés, turbinas, caldeiras e transformadores, se processava, como num grande fígado, a digestão da Alta Paulista.
Já na Rua São Luiz e transversais, lojas atacadistas davam à cidade aspectos de dinamismo concêntrico sempre servido por filas e filas de caminhões abarrotados.
Pouco a pouco os bairros residenciais, lojas atacadistas substituíam orlas de matas e primitivas fazendas, modificando o an­terior frontespício de casas de madeira.” (idem. p. 194-95)

“Hacrêra! Estrutura apressada de sociedade urbana e fabril dentro de áreas rurais; encaixe de primário civilizado em secundário virgem, dando imantação.” (idem. p. 197)


Profª Márcia Garcia
Especialista em Literatura e Ensino de Literatura e Mestre em Letras pela Unesp. Professora de Redação no Centro Educacional Profª Márcia Garcia.
e-mail: marciaagarcia@yahoo.com.br
blog: escreveraquiedez@blogspot.com

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Caro(a) aluno(a),


por favor:



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2. aceite o convite para participar do seu marciaagarcia@grupos.com.br para poder receber mensagens



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domingo, 18 de janeiro de 2009

José Geraldo Vieira


José Geraldo Vieira (1897 – 1977) – personagem (esquecido) da memória mariliense

Sabemos que o Brasil, um país rico em produção literária, possui uma memória curta (e Marília, infelizmente, não foge à regra), principalmente em se tratando de seus valores culturais. Dentro do panorama literário nacional, há escritores inteiramente esquecidos pelo público ou pela crítica ou injustamente relegados a breves referências em uma ou outra obra de estudo literário.
José Geraldo Vieira, criador de uma obra vasta, coesa e muito apreciada pelo público e pela crítica da época, encontra-se nesse estado de esquecimento. Considerado por críticos respeitáveis, em muitos aspectos, um inovador do romance brasileiro, sua obra está fora do alcance da geração atual.

Conta José Geraldo Vieira, em uma entrevista concedida a Alcides Moura (Jornal de Notícias, 22 de janeiro de 1950), que, quando estudante de medicina, publicara, em O Jornal, um conto que começava assim: "Nasci na Póvoa de Varzim''. Algum tempo depois, Carlos Maúl, confundido a personagem com o autor do conto, divulgou que este era de Póvoa de Varzim. Um desentendimento entre José Geraldo e Eloy Pontes serviu aumentar a confusão a respeito do nascimento do escritor, uma vez que, como vingança, Pontes espalhou que José Geraldo era estrangeiro.
Em decorrência desses fatos, criou-se uma lenda sobre o nascimento de José Geraldo Vieira. Há quem diga que ele nasceu na freguesia de Porto Judeu (caminho da Cidade), conselho e distrito de Angra do Heroísmo, em Portugal, em 16 de abril de 1895 (Amândio César, 195); há também os que afirmam que Geraldo Vieira nasceu no Distrito Federal, em 16 de abril de 1897 ou até na Bahia.
Na verdade, José Geraldo Manuel Germano Correia Vieira Drummond Machado da Costa Fortuna, descendente em linha varonil dos quatro condes da Feiteira e Terra Chã (Açores), nasceu no Rio de Janeiro, a l6 de abril de 1897, quarenta minutos após o nascimento de seu irmão gêmeo Manuel Geraldo José Germano, que faleceu aos três meses de idade.
Em 1940, momento que interessa sobretudo a nós , marilienses, em meio a uma crise de angústia e depressão, José Geraldo Vieira resolveu mudar-se do Rio de Janeiro, onde residia. Sem saber para onde ir, encontrou em um mapa o nome de Marília, para onde se mudou (exilou, segundo ele) e permaneceu até 1946. Em nossa cidade, trabalhou na Casa de Saúde São Luís.
São desse período alguns de suas principais obras:
A quadragésima porta (publicado em 1 943)
A túnica e os dados (publicado em 1947)
Carta a minha filha em prantos (publicado era 1946)
O romance A quadragésima porta (já o trouxera escrito do Rio de Janeiro; em Marília, chegou a refazê-lo inúmeras vezes) alcançou enorme sucesso, ultrapassando o de A mulher que fugiu de Sodoma.
Em vários de seus romances, Geraldo Vieira retratou, com maestria, locais da Marília dos nos de 40: a Avenida Sampaio Vidal com seus bancos, seu hotel São Bento, seu Cine Marília; a Rua São Luís com seu efervescente comércio; a Vila São Miguel com suas fábricas.
José Geraldo Vieira faleceu, em São Paulo, a 18 de agosto de 1977. Suas últimas palavras, no hospital em que permaneceu internado por vários dias, foram. “Vejo agora nitidamente que Deus tem asas, enquanto a bondade dos homens é pequena!”.
(Publicado em Ler para viver. Jornal Diário de Marília. 15.1.2009)


Profª Márcia Garcia
Mestre em Letras e Especialista em Literatura e Ensino de Literatura pela UNESP. Professora de Gramática, Literatura e Redação no CENAPHE (Centro de Aperfeiçoamento Humano Educacional Profª Márcia Garcia).
e-mail: marciaagarcia@yahoo.com.br

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Dissertação bilateral: síntese de dois termos

“A síntese aplicadas a termos complementares: a síntese de dois termos pode ser aplicada quando o tema (ou o título) da dissertação contiver palavras cujos signifi­cados se complementem. Podemos citar como exemplos alguns pa­res de termos: vida x sonho, tempo x espaço, mocidade x velhice, ter x ser, real x irreal, matéria x espírito, e muitos outros que se re­ferem a dualidades coexistentes no universo e, de resto, em nossas vidas.” Vejamos abaixo um exemplo de redação, produzida na Fuvest, desenvolvida a partir da síntese de dois termos.

Tema: Texto n° 1 - "Voltemos à casinha. Não serias capaz de lá entrar hoje, curioso leitor; envelheceu, enegreceu, apodreceu, e o proprietário deitou-a abaixo para substituí-la por outra, três vezes maior, mas juro-te que muito que a primeira. O mundo era estreito para Alexandre; um desvão de telhado é o infinito para as andorinhas." (Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas)

Texto n° 2 - "O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia. / Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia. / Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia... " (Fernando Pessoa, Poemas de Alberto Caeiro)

Texto n° 3
O quadro anterior é do pintor surrealista René Magritte (1898-1967). A frase nele inscrita (em francês) significa: "ISTO CONTINUA A NÃO SER UM CACHIMBO"

A partir da relação entre este quadro e os textos n° 1 e n° 2, é possível afirmar que tudo é relativo? E que a realidade é uma ilusão? Redija uma dissertação, defendendo o seu ponto de vista a esse respeito.

Redação nota 10 – O respeito à objetividade e à subjetividade dos fatos

Discussões sobre objetividade e subjetividade vêm ocorrendo há séculos, sendo que os defensores de ambos os lados procuram definir os limites entre o que é objetivo e o que é subjetivo. Muitos nomes importantes da ciência e da filosofia envolveram-se nestas discussões, sendo que vários caíram nos extremos opostos, ora afirmando que tudo é objetivo, podendo ser cientificamente com­provado, ora afirmando que não existe objetividade, tudo depen­dendo de quem analisa o fato.
Como em todas as questões, os extremistas se perdem em radicalismos, sendo, assim, difícil chegar a um consenso. É claro que há a realidade objetiva, cientificamente comprovável, mas também há os aspectos humanos envolvidos, já que são pessoas que estu­dam esta mesma realidade.
Isto fica claro nos textos de Machado de Assis e de Fernando Pessoa apresentados. Em ambos, os autores percebem a existência de uma realidade objetiva inegável e, a ela, acrescentam uma outra, a subjetiva, que depende do indivíduo e só existe a partir dele.
Já René Magritte, em seu quadro, corrobora esta opinião, de­monstrando que há certas características dos objetos que podem ser captadas por nós, mas que sua essência não. Por mais perfeita que sua pintura do cachimbo pudesse parecer, ela nunca seria igual a ele, pois ela não passa de uma imagem.
Enfim, o objetivo e o subjetivo existem, mas é importante que, na aceitação de um, não esteja incluída a negação do outro, pois eles coexistem na essência das coisas.

Profª Márcia Garcia
Mestre em Letras e Especialista em Literatura e Ensino de Literatura pela UNESP. Professora de Gramática, Literatura e Redação no CENAPHE (Centro de Aperfeiçoamento Humano Educacional Profª Márcia Garcia).
e-mail: marciaagarcia@yahoo.com.br
Temas de alguns dos principais vestibulares 2009

1) ESPM-SP: Tema 1: Elabore um texto dissertativo que apresente reflexões sobre as duas questões abaixo: a) A tecnologia oferece oportunidade a todos? b) Afinal, a tecnologia tem alguma relação com a qualidade de vida? / Tema 2: Elabore um texto dissertativo que apresente reflexões sobre a questão:Quais as razões pelas quais o mercado valoriza o indivíduo com maior domínio da norma padrão da língua portuguesa?

2) FGV-SP: Elabore uma dissertação sobre o tema: A crise econômica como oportunidade para se repensarem os valores.

3) FGV-RJ: Elabore um texto dissertativo-argumentativo que leve em conta a informação abaixo: A atual Constituição Brasileira, promulgada em 1988, fez vinte anos no dia 5 de outubro de 2008.

4) FUVEST: Elabore uma dissertação sobre fronteiras.

5) PUC –SP: Elabore uma dissertação ou narração sobre o apagão energético.

6) UEL: Tema 1: Elabore uma dissertação sobre o sentido da vida. / Tema 2: Elabore uma dissertação sobre o avanço da ciência e as implicações das novas descobertas não só para a comunidade científica, mas para a sociedade como um todo / Tema 3: Elabore uma dissertação cujo foco seja a conclusão do historiador Eduardo Bueno: “O Brasil tem repetido erros de forma intolerável simplesmente porque um povo que não conhece a sua história está condenado a repeti-la”.

7) UEM: Elabore um resumo ou uma resposta interpretativa sobre as funções do sonho.

8) UFSC: Tema 1: Redija um texto dissertativo para responder à pergunta:A família não é mais aquela? / Tema 2: Redija um texto narrativo começando por: Era uma vez . . . / Tema 3: Redija uma carta dirigida a um dos personagens da família do quadro acima.

9) UFSCAR: Elabore uma dissertação sobre a importância da música na vida das pessoas.

10) UNESP: Elabore uma dissertação sobre a questão: O homem, inimigo do planeta?

11) UNICAMP: Dissertação: O uso de animais em experimentação científica tem sido muito debatido porque envolve reivindicações dos cientistas e dos movimentos organizados em defesa dos animais, assim como mudanças na legislação vigente. / Narração: Os movimentos organizados em defesa dos animais têm sensibilizado uma parcela da sociedade, que busca adotar novas condutas, coerentes com princípios de responsabilidade em relação às diversas espécies. Instruções: 1- Imagine uma personagem que decide mudar de hábitos para ser coerente com sua militância em defesa dos animais. 2- Narre os conflitos gerados por essa decisão. 3- Sua história pode ser narrada em primeira ou terceira pessoa. / Carta: As controvérsias sobre o uso de animais em experimentação científica não se encerraram com a recente aprovação, pelo Senado, da Lei Arouca, que cria o CONCEA.
Instruções: 1- Escolha um ponto de vista em relação ao uso de animais em experimentação científica. 2- Argumente no sentido de solicitar que seu ponto de vista prevaleça na atuação do CONCEA. 3- Dirija sua carta a um membro do CONCEA que possa apoiar sua solicitação.


Profª Márcia Garcia
Mestre em Letras e Especialista em Literatura e Ensino de Literatura pela UNESP. Professora de Gramática, Literatura e Redação no CENAPHE (Centro de Aperfeiçoamento Humano Educacional Profª Márcia Garcia).
e-mail: marciaagarcia@yahoo.com.br
“Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração."


A minha intenção hoje era apresentar uma lista de livros que para mim são verdadeiros tesouros. Contudo, sem abandonar o propósito inicial, decidi que, antes da apresentação da referida lista, era preciso escrever algo que introduzisse essa apresentação.
Eis, então, que me lembrei de que, há anos, copiei um trecho de Monteiro Lobato dizendo exatamente o que eu gostaria de dizer hoje: “Todos nós (...) temos o vago sonho de encontrar um livro que nos seja como uma casa definitiva – a casa de sonho que procuramos.”
E, diante disso, adiei a lista de livros para a próxima semana. Nesta, transcrevo emocionada não só a frase acima, mas também o texto – uma carta – em que ela está inserida. Encontrar esse trecho, copiado num outubro distante foi, simbolicamente, o meu melhor presente de Natal. E, com vocês, compartilho-o. Feliz Natal!


S. Paulo, 3.6.1944.
Anísio,
Passou por aqui um engenheiro baiano, Nery, que muito me falou de você; e também um moço da livraria do Otales, que te levou meu abraço. Mas esta não é para nada disso. – nem para comentar a entrada americana em Roma, o grande fato do dia de hoje. É para te comunicar algo muito mais importante.
Todos nós, Anísio, temos o vago sonho de encontrar um livro que nos seja como uma casa definitiva – a casa de sonho que procuramos. Um livro no qual moremos, ou passemos a morar como um rato dentro de um queijo. Um livro que seja casa e comida. E se como D. João saltava duma mulher para outra em busca da única, ou da certa, nós vivemos como gafanhotos, a pular de livro em livro, é que nunca aparece o nosso livro. Quando Sto. Agostinho dizia temer o homem de um só livro, ele se referia ao perigo que é o homem que encontra o seu livro.
Pois creio que encontrei o Meu Livro – o queijo para casa e comida do rato velho que sou. E chama-se A Grande Síntese, de Pietro Ubaldi. (…) Temos de lê-lo de rabo a cabo – começando pelo fim. Estou a vagar no alto mar desse livro e tonto, deslumbrado, maravilhado!(…) E leia-o como estou fazendo: sem pressa nenhuma, com a simpatia aberta como uma flor; leia-o digerida e traduzidamente, isto é, retraduzindo mentalmente em palavras tuas, ou mais próprias, os períodos que o tradutor obscurece com seu excesso de bom português. Estou ainda pouco avançado na leitura tanto me deslumbro e paro pelo caminho; e tenho um medo imenso de que com você não se dê a mesma coisa. Mas há-de dar-se. Impossível que você não veja o que esse livro é. E sabe que A Grande Síntese está cá em casa há quase dois anos, e só agora eu a descobri? Purezinha morou nela todo esse tempo, e foi essa persistência que me atraiu a atenção. Abri-a ao acaso, comecei a lê-la… e eis-me evangelizante! Eis-me a escrever ao Anísio para que a leia também. Por que ao Anísio e não a outro qualquer? Porque você é a inteligência pura, Anísio, e tenho a certeza de que a tua opinião sobre o livro pode coincidir com a minha – e que glória para mim por tê-la indicado?
Mas se acaso seguires meu conselho e leres A Grande Síntese, não quero que me escreva logo após a leitura – e sim um ano depois; isto é, depois que a leitura amadurecer, como os vinhos…
Adeus. (...) Mil abraços do
Ass. LOBATO

Profª Márcia Garcia
Mestre em Letras e Especialista em Literatura e Ensino de Literatura pela UNESP. Professora de Gramática, Literatura e Redação no CENAPHE (Centro de Aperfeiçoamento Humano Educacional Profª Márcia Garcia).
e-mail: marciaagarcia@yahoo.com.br
Um pouco mais sobre coesão textual

Abaixo será apresentada uma lista dos principais elementos conectivos, agrupados pelo sentido. Para isso, recorreremos ao autor de Comunicação em Prosa Moderna, Othon Garcia. Antes, porém, leiam a explicação a seguir:
“Além da constante referência entre palavras do texto, observa-se na coesão a propriedade de unir termos e orações por meio de conectivos, que são representados, na Gramática, por inúmeras palavras e expressões. A escolha errada desses conectivos pode ocasionar a deturpação do sentido do texto.”

Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de mais nada, antes de tudo, em princípio, primeiramente, acima de tudo, precipuamente, principalmente, primordialmente, sobretudo.
Tempo (freqüência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posterioridade): então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princípio, no momento em que, pouco antes, anteriormente, posteriormente, em seguida, afinal, por fim, hoje, freqüentemente, nesse ínterim.
Semelhança, comparação, conformidade: igualmente, da mesma forma, assim também, do mesmo modo, similarmente, semelhantemente, analogamente, por analogia, de maneira idêntica, de conformidade com, de acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo
ponto de vista, tal qual.
Condição, hipótese: se, caso, eventualmente.
Adição, continuação: além disso, demais, ademais, outrossim, ainda mais, ainda cima, por outro lado, também, e, nem, não só ... mas também, não só... como também, não apenas ... como também, não só ... bem como, com, ou (quando não for excludente).
Dúvida: talvez provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é provável, não é certo, se é que.
Certeza, ênfase: decerto, por certo, certamente, indubitavelmente, inquestionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com toda a certeza.
Surpresa, imprevisto: inesperadamente, inopinadamente, de súbito, subitamente, de repente, imprevistamente, surpreendentemente.
Ilustração, esclarecimento: por exemplo, só para ilustrar, só para exemplificar, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou seja, aliás.
Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a fim de, com o propósito de, com a finalidade de, com o intuito de, para que, a fim de que, para.
Lugar, proximidade, distância: perto de, próximo a ou de, junto a ou de, dentro, fora, mais adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto, esse(a), isso, aquele(a), aquilo.
Resumo, recapitulação, conclusão: em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse modo, logo, pois (entre vírgulas), dessarte, destarte, assim sendo
Causa e conseqüência, explicação: por conseqüência, por conseguinte, como resultado, por isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com efeito, tão (tanto, tamanho) ... que, porque, porquanto, pois, já que, uma vez que, visto que, como (= porque), logo, que (= porque), de tal sorte que, haja vista.
Contraste, oposição, restrição, ressalva: pelo contrário, em contraste com, salvo, exceto, menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que, posto, conquanto, se bem que, por mais que, ao passo que.
Idéias alternativas: ou, ou... ou, quer... quer, ora... ora.

Profª Márcia A. Garcia
(Mestre – Letras / UNESP). Leciona Português e Redação Para Ensino Médio, Vestibular e Concurso no Centro Educacional Profª Márcia Garcia.
e-mail: marciaagarcia@yahoo.com.br
Veja abaixo alguns procedimentos fundamentais para criação de um bom texto.

1. Ler com extrema atenção o tema da redação, porque o primeiro item de correção de uma redação é adequação ao tema. Tema mal lido e mal compreendido prejudica muito o desempenho em redação;
2. Realizar três tipos de leitura do tema: a) compreensiva - ler o que está escrito na superfície do texto, identificando, por exemplo, tese, argumentos etc.; b) interpretativa - ler as entrelinhas, isto é, aquilo que está implícito no texto, identificando os pressupostos, os subentendidos e os motivos pelos quais o texto foi escrito; c) ideológica - ler o texto situando-o dentro do contexto histórico em que foi produzido;
3. Formular um posicionamento claro sobre o tema, isto é, formular uma opinião própria, pessoal sobre o tema;
4. Elaborar um projeto de texto, ou seja, elaborar um planejamento do texto a partir de uma linha de raciocínio bem definida. Para o sucesso desse planejamento, é necessário conhecer algumas estratégias a serem empregadas já na introdução como, por exemplo, síntese de idéias, analogia, bilateralidade, posicionamento definido, questionamento, ressalva, retrospectiva histórica etc.;
5. Construir parágrafos como mini-redações, ou seja, com início, meio e fim.
6. Considerar que um parágrafo é um conjunto de períodos em torno de uma única idéia central ou de um único tópico frasal, cujo início deve ser marcado pela presença de uma margem bem acentuada do lado esquerdo da folha de papel.


ATENÇÃO


O novo acordo ortográfico da língua portuguesa (I)

Alfabeto: 1. Incorporação, no alfabeto da língua portuguesa, das letras K, Y e W.

Antes do acordo - Darwin, Wagner, Kuwait, Km, Kg, Yeda, Ely, byroniano, Franklin, Kant, taylorista, Kwanza, malawiano, KLM, Watt, Kardec, Kepler, Washington, WWW, kart, yoga.

A partir do acordo - Darwin, Wagner, Kuwait, Km, Kg, Yeda, Ely, byroniano, Franklin, Kant, taylorista, Kwanza, malawiano, KLM, Watt, Kardec, Kepler, Washington, WWW, kart, yoga.


2. Manutenção ou simplificação, nos nomes próprios hebraicos de tradição bíblica, dos dígrafos finais – ch, - ph e th –pronunciados.

Antes do acordo - Baruch, Enoch, Moloch, Loth, Ziph.

A partir do acordo - Baruch ou Baruc, Enoch ou Enoc, Moloch ou Moloc, Loth ou Lot, Ziph ou Zif.

Fonte: O novo acordo ortográfico da língua portuguesa - o que muda o que não muda. Maurício Silva (Editora Contexto)



Profª Márcia Garcia
Mestre em Letras e Especialista em Literatura e Ensino de Literatura pela UNESP. Professora de Gramática, Literatura e Redação no CENAPHE (Centro de Aperfeiçoamento Humano Educacional Profª Márcia Garcia).
e-mail: marciaagarcia@yahoo.com.br
Abordagem de temas

O tema reorienta a linguagem. Observe, por exemplo, dois temas diferentes: um enterro e uma festa. Você usaria a mesma linguagem? É claro que não, porque as circunstâncias de ação apontam as palavras. O tema, portanto, implica um tratamento de estilo e vocábulos.
Evidente que, para focalizar o tema, é preciso saber interpretá-lo. O texto que não aborda o tema proposto é nulo de valor e desperta em quem lê a sensação de que foi ludibriado ou a convicção de que o sujeito produtor tem medo ou ignora o assunto focalizado.
Ë claro, porém, que o enfoque a ser dado ao tema dependerá do tipo de texto que você vai elaborar. Se se trata de um texto literário, você lhe dará uma interpretação baseada em sua própria experiência pessoal, segundo sua própria maneira de ver.
Se, contudo, você compõe um texto não-literário, deverá dar uma interpretação objetiva, limitando-se a fatos já comprovados, as verdades já objetivamente constatadas. Mas a abordagem objetiva de um tema, não implica uma acei­tação passiva das idéias lançadas no tema. Abordar o tema com objetividade é sinônimo de você revelar que compreendeu o tema proposto e, por isso, vai de­senvolver um raciocínio lógico que expresse as suas idéias sobre ele. Sua redação deve revelar o que você pensa sobre o tema.
E, ainda que o tema exija reflexões sérias e ponderadas e seja desenvol­vido num tom solene e grave, isso não impede o autor de personalizar o texto com a sua originalidade, o que explica muitas vezes o caráter altamente inte­ressante de livros estritamente técnicos.
Posto isso, tente analisar os temas a seguir, os quais vêm sendo solicitados, ao longo dos anos, nos mais diversos vestibulares:


(UFSCAR) Globalização: a influência do Ocidente no padrão de beleza mundial – causas e conseqüências.
(UNIFESP) Os cuidados com a infância de hoje para um mundo melhor no futuro.
(UEL) O avanço da ciência e as implicações das novas descobertas não só para a comunidade científica, mas para a sociedade como um todo.
(VUNESP) Viver é muito perigoso...
(VUNESP) Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
(FEI) O desenvolvimento tecnológico num país em crise.
(FA-PIRASSUNUNGA) A integração do deficiente físico na sociedade.
(E.E.MAUÁ-SP) Não coma gato por lebre.
(UEM) O sucesso da minha vida será o resultado do meu esforço.
(FMTN) A adolescência é ao mesmo tempo um fim e um começo.
(UEL) A verdadeira liderança está no saber repartir responsabilidades.
(UEPI) A certeza de hoje nasce da lembrança de ontem.
(SANTA CASA-SP) Ao direito de falar corresponde necessariamente o dever de escutar.
(FEI-SP) Cachorro que late não morde.
(FATEC) A terra é azul.
(GV) Flores mortas no chão.
(SANTA CASA-SP) Não existe ninguém tão ignorante que não nos possa ensinar algo.
(FGV) E cada instante é diferente, e cada homem é diferente, e somos todos iguais.
(FATEC-SP) "Matamos o tempo; o tempo nos enterra." (Machado de Assis - Me­mórias Póstumas de Brás Cubas)
(UFMT) Ninguém dialoga sozinho, mas muitas vezes obrigam-nos a suportar o monólogo alheio.
(PUC-SP) Um ser humano...
(PUC-SP) As conquistas e as perdas das mulheres devido à sua emancipação.
(UFSCAR) O papel das manifestações estudantis no processo de democratização social.

Profª Márcia Garcia
Mestre em Letras e Especialista em Literatura e Ensino de Literatura pela UNESP. Professora de Gramática, Literatura e Redação no CENAPHE (Centro de Aperfeiçoamento Humano Educacional Profª Márcia Garcia).
e-mail: marciaagarcia@yahoo.com.br
Novo Acordo Ortográfico da Língua Português – Uso do Hífen

A seguir, apresentamos um resumo das regras que orientam o uso do hífen com os prefixos mais comuns, assim como as novas orientações estabelecidas pelo Acordo. As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, como: aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra, tele, ultra, vice etc.
1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h. Exemplos: anti-higiênico / anti-histórico / co-herdeiro / macro-história / mini-hotel / proto-história / sobre-humano / super-homem / ultra-humano. Exceção: subumano (nesse caso, a palavra humano perde o h)
2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento. Exemplos: Aeroespacial / agroindustrial / anteontem / antiaéreo / antieducativo / autoaprendizagem / autoescola / autoestrada / autoinstrução / coautor / coedição / extraescolar.
Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.
3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de r ou s. Exemplos: anteprojeto / antipedagógico / autopeça / autoproteção / coprodução / geopolítica / microcomputador / pseudoprofessor.
Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen. Exemplos: vice-rei, vice-almirante etc.
4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras. Exemplos: antirrábico / antirracismo / antirreligioso / antirrugas / antissocial / biorritmo / contrarregra / contrassenso / cosseno / minissaia / multissecular / neorrealismo / neossimbolista / semirreta / ultrarresistente / ultrassom.
5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma vogal. Exemplos: anti-ibérico / anti-imperialista / anti-inflacionário / anti-inflamatório / auto-observação / contra-almirante / contra-atacar / contra-ataque / micro-ondas / micro-ônibus/ semi-internato / semi-interno
6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoante. Exemplos: hiper-requintado / inter-racial / inter-regional / sub-bibliotecário / super-racista / super-reacionário / super-resistente / super-romântico
Atenção: • Nos demais casos, não se usa o hífen. Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, superproteção.
• Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-região, sub-raça etc.
• Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc.
7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo elemento começar por vogal. Exemplos: hiperacidez / hiperativo / interescolar / interestadual / interestelar / interestudantil / superamigo / superaquecimento / supereconômico / superexigente / superinteressante / superotimismo
8. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen. Exemplos: além-mar / além-túmulo / aquém-mar / ex-aluno / ex-diretor / ex-hospedeiro / ex-prefeito / ex-presidente / pós-graduação / pré-história / pré-vestibular / pró-europeu / recém-casado / recém-nascido / sem-terra
9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu e mirim. Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.
10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares. Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo.
11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição. Exemplos: girassol/ madressilva / mandachuva / paraquedas / paraquedista / pontapé
12. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte. Exemplos: Na cidade, conta--se que ele foi viajar. / O diretor recebeu os ex--alunos.
http://images.ig.com.br/hotsites/reforma_ortografica/Guia_Reforma_Ortografica_CP.pdf

Profª Márcia Garcia
Mestre em Letras e Especialista em Literatura e Ensino de Literatura pela UNESP. Professora de Gramática, Literatura e Redação no CENAPHE (Centro de Aperfeiçoamento Humano Educacional Profª Márcia Garcia).
e-mail: marciaagarcia@yahoo.com.br
O monstro

Desde o fundo insondável das idades, os homens encontram-se em sociedade sobre a Terra, no sentido de terem sempre existido em maior ou menor número, pois nem mesmo no Éden bíblico houve a completa solidão. Talvez porque poucas coisas doam tanto, maltratem tanto quanto a solidão. Dizem, mesmo, que só os santos, os sábios e os loucos conseguem suportá-la.
Assim, nossa vida depende de outras vidas, nosso mundo vai sendo feito por muitas mãos, somos todos tripulantes do mesmo barco, igualmente expostos aos temporais e aos naufrágios. Juntos recebemos, também, as graças das naturezas, compartilhamos todos idênticas leis biológicas, temos todos o mesmo estágio embrionário no seio materno, e partimos todos, um dia, envolvidos pelo mesmo silêncio irremediável que nos desliga da corrente humana que se agita sobre a Terra.
A inevitabilidade da vida, e da vida entre os demais seres humanos, deveria exigir que nos conhecêssemos uns aos outros, antes de mais nada, que nos compreendêssemos e nos ligássemos como num batalhão se arregimenta para defesa comum, como o coral se reúne para produzir harmonia.
O estado de criatura humana, a condição de criatura humana, deveria ser santo e senha para qualquer ser humano, através de todos os quadrantes da Terra. Não se negará que seria, essa, a recomendação da lógica, da intuição, do simples bom senso. Mas, talvez porque um dia, por uma fração de segundo, os primeiros homens tivessem tido a faculdade de criar, eis que criaram um monstro para seu próprio uso. Deve ter sido assim que surgiu, desde o início dos tempos, essa força impiedosa, dominadora e eficiente, que separa os homens, atirando-os uns contra os outros, que fez desse pobre grupo de peregrinos, cuja origem e cuja meta são exatamente as mesmas, um rebanho tresmalhado a bater-se pelos sombrios campos da cizânia.
Essa força é o medo. O medo gerou a prepotência, deu nascimento à crueldade. O medo disfarçou-se em heroísmo, e embelezou a carnagem, o saque, a invasão, a escravização, o massacre. O medo tem sido responsável pelos acontecimentos sangrentos que a humanidade aprendeu a reverenciar como sublimes. O medo destruiu santos e profetas. O medo crucificou Jesus Cristo. Atrás de cada ato que violência há sempre o medo, o abjeto terror.
Se pudéssemos criar no mundo condições de vida em que, para existir dignamente, ninguém precisasse descer à sabujice, sucumbir à corrupção, aceitar desigualdades tão marcadas, viver na estacada, sempre pronto ao ataque ou à defesa, afiando eternamente as garras para melhor rasgar carnes e sentimentos alheios, flectindo os dedos para melhor reter no côncavo da mão tudo quanto possa recusar o próximo - teríamos aprendido a nobre ciência, a ciência das relações humanas.
Mas o homem vive respirando uma atmosfera envenenada pelo medo. Receia perder a vida que não lhe pertence, os bens de que é simples depositário, o amor que não sabe conservar, a situação que suspeita não merecer. E por medo mata, por medo rouba, por medo mente, por medo calunia, por medo bajula, por medo se humilha, por medo odeia, por medo é infinitamente desgraçado. Cultivando o medo, cultiva a desconfiança, a insegurança, a discriminação, o preconceito. Querendo afirmar-se, desejando refinar-se, só o sabe fazer negando alguém, frustrando alguém. Os regimes despóticos prosperam à sombra do medo, do medo que alucina, que anula os sentimentos, que dobra orgulhos, que desagrega sensibilidades. Do medo que produz espiões, que favorece a vingança.
Assim entre os homens como entre as nações, assim entre as raças como entre os credos, cavamos, homens e povos, nossas próprias trincheiras, e nelas ficamos atolados, sem desejar saber se ali adiante, na outra trincheira, haverá alguém a quem poderíamos dar, e de quem poderíamos receber, o beijo fraterno. (Nair Lacerda)

Profª Márcia Garcia
Mestre em Letras e Especialista em Literatura e Ensino de Literatura pela UNESP. Professora de Gramática, Literatura e Redação no CENAPHE (Centro de Aperfeiçoamento Humano Educacional Profª Márcia Garcia).e-mail: marciaagarcia@yahoo.com.br