terça-feira, 21 de junho de 2011

SIMULADO - 1º SEMESTRE DE 2011

SIMULADO DE REDAÇÃO – 1º SEMESTRE DE 2011

1. Valor: qualidade que confere a um objeto material a natureza de bem econômico, trocável por outros bens; medida variável de importância que se atribui a um objeto ou serviço, que, embora condicione o seu preço monetário, frequentemente não lhe é idêntico; qualidade humana física, intelectual ou moral, que desperta admiração ou respeito (Ex.: o valor inestimável daquele cientista) // Preço: quantidade monetária que se atribui à troca por um bem ou serviço. (Dicionário Houaiss)


2. Van Gogh conseguiu vender em vida apenas um quadro seu (Vinhas Vermelhas – 1888) para um amigo, o qual lhe pagou uns 30 dólares (cerca de 400 francos). Hoje os quadros de Van Gogh têm um preço de mercado que oscila de 60 mil a 4 milhões de dólares (Em 1990, 100 anos após sua morte, seu quadro Retrato de Dr. Gachet foi arrematado por US$ 82,3 milhões.). Onde estava esse valor?


3. Um ser humano, do ponto de vista da matéria-prima que o constitui, isto é, ferro, sal, sódio, manganês, cálcio, vale um punhado de dólares, mas se considerarmos as conexões neuroniais, as quais ultrapassam de longe o mais sofisticado computador, este aparelho – o cérebro – não sairia por menos de 500 milhões de dólares.


4. Uma floresta de jacarandá da Bahia tem um preço altíssimo no mercado mundial de madeira, pois é uma das melhores do mundo; como se trata de uma mata nativa, imagine que as árvores foram derrubadas e seu proprietário recebeu o valor correspondente. Acontece que uma floresta desse tipo demora 200 anos para ser formada, atravessando gerações futuras e, portanto, seu valor ultrapassa seu preço.
Uma cachoeira magnífica, formada por dobramentos de centenas de milhões de anos atrás. Imagine que essa queda d’água desaparecerá encoberta por um lago artificial de uma usina hidroelétrica. Seu valor estético ficará para sempre submerso nas águas, mas a energia elétrica gerada produzirá alguns milhões de dólares.


5. O oceanógrafo francês Jacques Cousteau (1910-1997), em entrevista publicada em O Estado de São Paulo, em sua edição do dia 22 de setembro de 1996, fez críticas aos modelos econômicos que privilegiam apenas o mercado (“concepção das relações comerciais baseada essencialmente no equilíbrio de compras e vendas, segundo a lei da oferta e da procura; lugar teórico onde se processam a oferta e a procura de determinado produto ou serviço” – Dicionário Houaiss) e alertou para os perigos que eles representam para o futuro ambiental do planeta. Disse ele: “Uma economia liberal é boa, mas há uma grande diferença entre uma economia liberal – ou empresa livre que atende às leis da oferta e da demanda – e um sistema de mercado. O sistema de mercado, em que estamos vivendo atualmente, está trazendo mais danos ao planeta do que qualquer outra coisa, pois tudo tem um preço, mas nada tem valor. (...) O valor real é derrotado no jogo. A realidade não é mais considerada. Assim, não só estamos destruindo a diversidade de espécies nas florestas tropicais ou no oceano, que levou um milênio para se formar, mas também estamos vendendo o futuro em nome do lucro imediato. A calota de gelo polar, por exemplo, está derretendo como consequência do aquecimento global. Isso resulta da queima de combustíveis fósseis a um preço que não inclui o valor da calota polar em manter uma temperatura estável e o nível do mar, o que permite que a vida ao longo das costas deste planeta de água – onde está concentrada a maioria das pessoas – seja viável.”


6. Em 1855, o Chefe índio Sioux, Nuvem Vermelha, enviou esta carta ao presidente dos Estados Unidos (Franklin Pierce), depois de o Governo haver dado a entender que pretendia comprar o território ocupado por aqueles índios: “O Grande Chefe de Washington mandou dizer que deseja comprar nossa terra. O Grande Chefe assegurou-nos também sua amizade e benevolência. Isto é muito gentil da sua parte, pois sabemos que ele não precisa da nossa amizade. Vamos, porém, pensar em sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará nossa terra. (...) Cada torrão desta terra é sagrado para meu povo. Cada folha reluzente de pinheiro, cada praia arenosa, cada véu de neblina na floresta escura, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados nas tradições e na consciência de meu povo. (...) Esta água brilhante que corre nos rios e regatos não é apenas água, mas sim o sangue de nossos ancestrais. Se te vendermos a terra, terás de te lembrar que ela é sagrada e terás de ensinar a teus filhos que é sagrada e que cada reflexo espectral na água límpida dos lagos conta os eventos e as recordações da vida de meu povo. (...) Os rios são os nossos irmãos, eles apagam nossa sede. Os rios transportam nossas canoas e alimentam nossos filhos. Se te vendermos nossa terra, terás de te lembrar e ensinar a teus filhos que os rios são irmãos nossos e teus, e terá de dispensar aos rios a afabilidade que darias a um irmão. Sabemos que o homem não compreende o nosso modo de viver. Para ele um lote de terra é igual a outro, porque ele é um forasteiro que chega na calada da noite e tira da terra tudo que necessita. A terra não é sua irmã, mas sim sua inimiga, e depois de conquistar, ele vai embora. (...)”




TEMA: Enfim, como estabelecer a relação entre valor e preço? As coisas que mais têm valor são as que custam mais? Ou o valor é algo intrínseco no homem e o preço nada mais é que a quantidade monetária de sua sobrevivência?
Redija uma dissertação argumentativa, em prosa, relacionando esses conceitos sob o título: “Os valores e os preços para a sociedade”.

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